A utilidade das coisas

Um dia chego a casa e a nossa D.Lina resolveu trocar a sala pelo quarto do Manuel para passar a ferro. Ia-me dando uma coisinha má quando vi que o berço do meu filhote estava a servir para guardar a roupa passadinha a ferro.
Ora, sem querer ser indelicada disse-lhe:
-ah porque não vai para a sala que tem mais espaço e pode acender a televisão? não está lá mais à vontade?
- não é preciso D.Tânia estou aqui tão bem, este quarto tem tanta luz e blá, blá, blá...

Fiquei irritada, culpa das hormonas provavelmente, e sem ser capaz de lhe dizer que não queria que ela estivesse ali, a pendurar a roupa na caminha do meu bebé e no roupeiro..
Fui para a sala respirar fundo e controlar a ansiedade.
Quando o J. chegou, mostrei-lhe o quarto tal qual a D.Lina o tinha deixado e ele desvalorizou, disse que não fazia mal. Não fazia mal? então e quando a criança já cá estiver e a caminha estiver feita? certamente ela irá continuar a fazer o mesmo!

Arranjei coragem e no outro dia disse-lhe delicadamente que podia usar as divisões todas da casa, à excepção do quarto do bebé.
Fácil. Percebeu e não voltou a repetir a dose!
E vocês acham normal? devia eu não dizer nada??

Ah, e como não estava só o berço sem ser utilizado, assim como o roupeiro muito útil para pendurar as calças e camisas, o saco de golf também não se safou e serviu para colocar a camisola que ainda não estava completamente enxuta!
Bonito serviço, sim senhora.

fotografias: arquivo pessoal