
Ver o meu filho dormir é das coisas mais tranquilas que posso fazer. Dá-me uma sensação de paz, uma leveza na alma. Desperta-me os sentidos. Penso na minha vida antes dele nascer, em como a minha vida mudou depois de o ter, sinto uma alegria enorme, um amor desmedido, uma vontade de abraçar a vida e agradecer-lhe sempre por mo ter oferecido. Desassossega-me o coração. Que lhe aconteça alguma coisa de mal, que alguém mo roube, que caia, se magoe ou que não consiga descodificar o que quer. Tenho medo de não ser a melhor mãe possivel, de não responder convenientemente aos apelos e às suas necessidades mas, sobretudo tenho um medo enorme, terrível de o perder.
Nunca, nunca uma mãe deveria ver partir os seus filhos. É contra-natura e deve ser uma dor tremenda e uma ferida que sangra para não mais parar.
Culpem a fama, o carro, o cinto, a velocidade, a juventude. Culpem o que quiserem. A vida, a sorte ou o destino. Mas, não tirem nunca um filho a uma mãe.