novembro 17, 2011

Há uns 25 anos atrás, ia com os meus pais tomar o pequeno-almoço a uma pastelaria a cozinha, chamava-se assim e estava um senhor a pedir esmola. O meu pai disse-lhe que não lhe dava dinheiro mas, se ele quisesse comer lhe pagava. O sr. entrou, pediu o que lhe apeteceu e saiu da pastelaria, havia um caixote do lixo à porta, e deitou lá tudinho que o meu pai lhe tinha pago. Até hoje, custam-me dar esmola a quem pede, esta imagem nunca me saiu da cabeça e parece que a vivencio sempre que me pedem ajuda.

Não sei se é por estar doente, tenho uma otite diagnostica ontem, se por estar com o lado direito da cara dormente, surda e mal disposta por causa dos efeitos secundários do antibiótico feito à base de penicilina, ou se pela música natalícia que estava a ouvir enquanto fazia as minhas compras de supermercado na minha hora de almoço, que quando o sr. que estava a vender a revista cais me disse se o podia ajudar porque ainda não tinha comido nada hoje, eu não hesitei e perguntei-lhe se tinha fome.
Voltei a entrar no supermercado e comprei-lhe comida para ele e supostamente para os 3 filhos que estariam em casa. Comoveu-me o facto dele não ter aberto o saco de pão para comer, guardou tudo na mochila que tinha às costas para levar para casa. Quase chorei à frente dele e disse-lhe que da próxima vez dava-lhe mais. Vou quase todos os dias àquele supermercado e o Sr. está sempre lá pelo menos à hora de almoço, nunca lhe tinha perguntado se queria comer, apenas lhe tinha dito que não queria a revista.

Quando estava a pagar as coisas para o sr. perguntei aos empregados se ele precisava mesmo, todos me disseram que sim, "esse sim precisa, o outro de óculos não porque é para a droga".

É triste saber que há pessoas que passam fome. E há muitas infelizmente.
Costumo contribuir sempre para instituições: banco alimentar, campanhas dos bombeiros da minha terra e igreja, mas nunca a pessoas individuais. Pois acho que tenho feito mal, já poderia ter tornado o dia de tanta gente melhor.
Vou tentar esquecer o episódio com o meu pai, e perguntar sempre se precisam de comida, porque eu ainda tenho, e não é por isso que fico mais pobre.

Boa quinta-feira para vocês

imagem: daqui
Começar o dia bem cedinho, fazer alguns abdominais para a barriga não se habituar à boa vida, e tomar um pequeno-almoço descansada.
Por norma nunca tenho tempo para o fazer em casa, mas levantar 15 minutos mais cedo é o quanto basta para começar o dia sem pressas, com o pequeno-almoço tomado no conforto do lar e ficar pronta para mais um dia!
Boa quinta-feira para vocês**