julho 07, 2010

Continuamos à espera da Cegonha

fotografia: arquivo pessoal
Pelos protocolos dos hospitais (leia-se contenção de custos impostos pelo governo) como não tenho ainda 40 semanas de gestação, nem nenhum sinal de parto natural, o Manuel só pode vir cá para fora para a próxima semana, com a certeza quase absoluta que será cesariana, pois as minhas ancas são muito estreitas, o osso xpto é em concha e o cólo so útero mantem-se no mesmo sítio, no entanto fico marcada nova consulta no hospital para a próxima segunda, que será o red line aqui do meu bebé, pois se não surgir nenhum sinal antes, tem os seus dias contados na barriga da mamã. Lá terá de se habituar à ideia e vir enfrentar este calor, e tudo o que lhe espera no mundo real.
Eu, estou mais cansada do que nunca, com o Manuel bem encaixado em baixo e a fazer pressão. Confesso, que já estou mortinha para que chegue o dia D porque, isto da mobilidade reduzida, da posição correcta não existir e de passar as noites em claro, estão a deixar-me maluca, mas com muita ansiedade, porque tal como já aqui disse, um parto assim programado não estava nos meus planos. Vão então induzir, para ver se o meu filhote vem pela via normal, caso contrário partiremos para a cesariana.
Não sei se nesta altura, não preferia ter optado por o ter num hospital privado, eu sei que estou a dizer isto por estar cansada, pois a decisão de escolher um hospital público foi ponderada, pensando não na minha comodidade, mas apenas no Manuel.
Mas, com as contenções de custos, que ironicamente somos todos nós que pagamos, vamos lá sofrer um bocadinho, porque os médicos, apesar dos melhores que possam existir não podem exercer as suas funções, sem justificar à parte privada, o porquê e os motivos para as decisões, pelo que os hospitais públicos com gestão privada sejam quase todos, e um dos que escolhi para ter o meu filho... enfim, confio no meu médico e acredito que apesar deste desabafo, ele fará somente o melhor para mim e para o Manuel. A explicação para a indução faz todo o sentido, uma vez que este é o meu primeiro filho e até ver poderá vir da forma mais natural possível.
Valha a honestidade, competência e gosto à profissão que ainda muitos profissionais têm, e que com muita dificuldade a mantêm.