maio 05, 2011

O amor é

imagem: Marrie Bot, Geliefden-Timeless Love, 2004


Hoje no programa "O amor é" da Antena 1 falava-se da sobrevivência do amor, mesmo não havendo dinheiro para despesas extra, face às que são certas todos os meses. A dúvida era se os casais de hoje resistem como os de antigamente, e conseguem superar esta crise. Se os casais de hoje conseguem chegar a velhos juntos, mesmo sendo o dinheiro um dos problemas maiores na vida a dois. Segundo as estatísticas, mais de 90% das separações devem-se a estes problemas.


Eu sei que os tempos estão difíceis e chegamos ao final do mês com muito menos dinheiro que há uns tempos atrás, mas não consigo imaginar a minha vida sem um jantar fora, sem uma ida ao cinema e sem outros prazeres que ainda consigo fazer. Não o consigo imaginar porque estou habituada a isso. Porque me habituei facilmente a um certo, ao meu, nível de vida. Mas já tive momentos menos bons, no ínico da vida a dois, quando havia apenas um mísero ordenado e quando eu ainda estudava. Olho para trás e sei que apesar de contar os trocos éramos felizes e muito. E hoje? temos mais, muito mais. E somos felizes, muito felizes, mas temos também o Manel.


Agora pergunto será que conseguiria viver novamente assim? Claro. É a resposta pronta que me vem à cabeça. Mas, na realidade? será que conseguia mesmo? será que conseguia viver só do amor e de uma cabana?

E vocês? acham que conseguiriam envelhecer juntos, apesar das dificuldades? conseguiam viver só de amor e uma cabana?

14 comentários:

Ni! disse...

Olá Tanita, ele há coincidências! Hoje a minha cabeça ferve de questões como esta.
Eu acho que ninguém vive de amor e uma cabana, no limite da expressão. Sempre ouvi dizer que "em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão". A falta de dinheiro, as dívidas acumuladas, o sufoco do final do mês são, pelo que vou vendo, a razão principal de muitas separações. Mas será mesmo assim? Ou será que as pessoas se separam porque não conseguem arranjar forma de lidar com as dificuldades em conjunto?
Não vivo uma situação de pobreza e, tal como tu, já vivi com menos dinheiro, mas também já estive mais desafogada. O que te posso dizer, é que estou disposta a fazer sacricífios em conjunto para ultrapassar esta fase menos favorável e acredito que daremos a volta.
Grande tema este. Gostei.

Unknown disse...

Sinceramente acho que se o amor não resiste a uma fase mais complicada a nível financeiro então não é amor a sério. Eu não faço uma viagem há que tempos, nem janto fora, nem vou ao cinema, nem faço outras coisas que adoro, mas eu e o F. temos feito sempre um esforço por não deixar que a falta de dinheiro afecte a nossa relação. Ganhamos pouco, mas temos uma filhota maravilhosa e tentamos aproveitar ao máximo o tempo juntos. bj!

Tanita disse...

Ni,
Eu acho que as pessoas hoje são muito menos tolerantes que antigamente.
Acho que isto não acontece em famílias que sempre viveram com dificuldades, as famílias consideradas pobres. Essas famílias infelizmente não sabem o que é ter mais. Acho que o problema está naquelas famílias que viviam um nível de vida alto e de repente, imagina, ficaram os dois sem emprego? como é que se vive perante esta situação? O ideal era as pessoas ficarem mais unidadas, mas a realidade não é essa, infelizmente.

Tanita disse...

Rita G.,
O que eu penso é que podemos sempre jantar fora: fazemos um pic-nic. Podemos viajar: levamos a tenda no carro. O que conta é ter imaginação e querer estar juntos.
Mas, o debate de hoje com a Inês e o Prof Júlio Machado Vaz, concluía que não é isto que acontece.
Daí eu dizer que, estamos muito exigentes, cada vez mais.
E ainda ontem lia no blog da Sofia que, esquecemo-nos tantas vezes de agradecer à vida o que temos...
Bj**

AvoGi disse...

TANITA minha querida amiga.
amor e uma cabana sim, mas com todo o recheio dentro. e a porta da cabana um carrito para as voltas do amor e amor só por sim tb com muitas prendas jóias viagens ..isto tb é amor? não, é sobrevivência... é vivência.
que não há uam alma que viva só de amor tem de trabalhar (fora e dentro)
ou então vive de rendimentos seja Mínimo ou de família
kis .=)

Tanita disse...

AVOGI,
Ai, os anos da experiência, quem disse que são d'oiro? disse muito bem.

Ni! disse...

Sim, Tanita. Eu só posso falar do meu caso em particular. Nunca passei fome, mas sei os meus pais começaram do zero, eram muito novos quando eu nasci e sempre tive muita noção de que o que temos hoje podemos não ter amanhã. Sei que sou capaz de muito mais sacrifícios do que aqueles que já faço e que facilmente abdico de determinadas coias, coisas que gosto, que me fazem sentir bem, mas que não me fazem falta, no limite. E nós temos mais capacidade de adaptação do que pensamos ter, sobretudo se tivermos um piolhinho/a em quem pensar. Mas percebo o que dizes, a maioria dos casais, das pessoas da nossa geração que não aguentam a pressão, não aguentam porque não estão habituadas, preparadas para abdicar do nível de vida que sempre tiveram. Eu sou muito adepta da filosofia do "vão-se os anéis, ficam os dedos", mas também reconheço que uma situação de duplo desemprego é assustadora.

Isabel disse...

Olá...
Estou a preparar o post dos 8 meses...não recebi nenhum mail teu... só os comentários no blog...

S* disse...

Conseguiria. Não me refiro a passar fome - isso é inconcebível - mas era muito capaz de ter uma vida simpes com o meu amor.

Naná disse...

Em primeiro lugar, adorei a foto! Em segundo lugar, seria perfeitamente capaz de aguentar tempos difíceis e manter o meu amor, principalmente porque já os passei. os primeiros quatro anos do meu relacionamento a dois foram marcados por muitas dificuldades e nada relacionadas com questões financeiras. E olhando para trás analiso as coisas e estou convicta de que se superámos essas dificuldades, seremos capazes de superar muitas mais. E falo de dificuldades que talvez muitos não pensem à primeira vista: viver numa casa onde não se tem qualquer tipo de sossego porque os vizinhos sãos uns FDP's, pais de ambos os lados a passarem por doenças complicadas e graves e que resultaram na sua morte. Acho que uma das principais razões de os casamentos de hoje não resultarem reside na falta de comunicação que há entre o casal e principalmente na falta de partilha e respeito mútuo que tem que existir para isso resultar.
Quanto a ver-me na miséria, aí já sou suspeita para falar... porque tenho um certo descanso caso me falte o emprego: tenho bens que posso empenhar e que me permitirão subsistir. Quanto às questões financeiras serem motivo de discórdia, no meu caso, são motivo de debate e análise conjunta e até hoje temos sabido analisar as coisas com a calma e a racionalidade que se impõem no que toca a contrair empréstimos e afins. Nunca demos um passo que julgássemos que fosse maior que a perna...

Anónimo disse...

Olá Tania. Fico muito contente que esteja a correr bem a sua dieta :)
O conta passos comprei aqui:
http://s.dealextreme.com/search/pedometer
Beijinhos

cuca disse...

Aaahh, também ouves "O Amor é..." na Antena 1... quanto ao tema, considero que os casais de hoje em dia são muito mais individualistas e separam-se por tudo e por nada. Não fazem um esforço para ficarem juntos.

Petra disse...

Acho que quando se ama de verdade é possível sim.
Mas tal como dizes há que existir tolerância, e muito esforço de ambas as partes. beijo

Tanita disse...

Isabel,
Acho que foi para ti que enviei o email, ups vou confirmar :)

S*
de ti não esperava outra resposta :) felicidades para esse teu grande amor.

Naná,
Escolhi esta fotografia porque me apaixonei por ela. Não sei se também te acontece, mas quando me imagino com o meu marido vejo-me sempre como agora, talvez com mais cabelos brancos, mas esta imagem assim nua e crua...acho amoroso. Quase ninguem dá o devido valor a pessoas mais velhas, não me estou a fazer explicar, acho que nem nós imaginamos que os nosso pais, avós, também são um casal e fazem coisas que nós também fazemos, compreendes?

Art and life,
vou comprar um brinquedo desses para mim, só espero que não ganhe teias de aranha :)

Cuca,
Adoro ouvir o programa. São sempre temas interessantes e são curtos e directos.
A tolerância, aí esta outra boa questão.

Petra,
O esforço também é um desafio, tem de ser mutúo, senão alguém tem de ceder, ou é forçado a tal.

Bj** a todas!