julho 05, 2011

É hoje o Grande Dia.

Santa Joana dos Matadouros é uma peça de Brecht escrita em 1930. Para Bernard Sobel não foi a crise económica e social da Alemanha naquela época que justifica a obra. “Creio que o texto é antes uma reflexão mais geral sobre a Humanidade e sobre a organização que regula as relações entre os humanos, ontem como hoje. Hoje, em França (2008), vivemos sempre com o receio quotidiano da própria ideia de revolução, se bem que sejamos os descendentes de uma Revolução, a de 1789. Em 1930 Brecht trabalhou com Walter Benjamin com o desejo de interrogar-se sobre a questão da violência na História. Eles consideravam que a vida é violência. A Revolução é, assim, o estado normal das coisas, uma vez que não há vida sem violência. Santa Joana dos Matadouros é uma peça actual porque a violência é o nosso próprio quotidiano, mesmo quando o tentamos negar, e fingimos acreditar que o progresso da Humanidade se dirige para um tipo de paz fictícia e factual que regularia as relações humanas. Ora a violência é permanente porque se mantém em permanência a castração das nossas pulsões.”

Bernard Sobel, um dos mais destacados encenadores franceses da actualidade, está de regresso ao Festival de Almada, desta vez para dirigir um espectáculo com interpretação de alunos finalistas da Escola Superior de Teatro e Cinema e alunos recém-formados da ACT – Escola de Actores. Depois de se ter apresentado pela primeira vez no nosso País no âmbito do Festival com O refém, de Claudel (em 2002), e Dom, mecenas e adoradores, de Ostrovski (em 2006), Sobel criou, com actores da Companhia de Teatro de Almada e do Teatro dos Aloés, A charrua e as estrelas, de Sean O’Casey, em 2007.

É a peça final de curso do tio Zé. A ele e aos colegas desejamos que tudo corra bem e que o esforço de muitos meses de trabalho seja compensado.

Para quem quiser assistir é no Teatro Municipal de Almada - AlmadaSALA PRINCIPAL
TER 21H00 QUA 19H00 Duração 2H40

Para mais informações passem AQUI

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